Para termos uma ideia de como é construída, vamos ver as tochas olímpicas dos Jogos de 2008, 96 e 2000. A tocha de 2008 possui 72 cm de altura e pesa 985 gramas. A tocha é feita de alumínio e pode queimar durante aproximadamente 15 minutos em condições em que a chama tenha entre 25 e 30 cm de altura. Ela pode ser carregada em uma velocidade de até 65 km/h e embaixo de chuva de 500 mm/h que mesmo assim não se apagará. A chama pode ser vista e até mesmo fotografada inclusive em dias muito ensolarados e claros.


Tocha Olímpica 2008
O combustível utilizado é o propano, que está de acordo com as normas que protegem o meio ambiente. O propano é um combustível comum e de preço razoavelmente baixo. Ele é composto de carbono e hidrogênio. Nenhum material, com exceção do dióxido de carbono e da água resultantes da queima, gera qualquer tipo de poluição.


A tocha abaixo foi a tocha projetada para as Olimpíadas de 1996, em Atlanta. Sua base em alumínio comporta um pequeno tanque de combustível. À medida que o combustível sobe ele é empurrado através de uma válvula de latão com pequenos orifícios e à medida que o combustível flui pelas aberturas é formada a pressão. Depois de atravessar as pequenas aberturas, a pressão cai e o combustível líquido vira gás combustível. Os pequenos orifícios mantêm alta pressão para manter a chama em condições adversas.
Em 1996, o combustível da tocha foi propileno, produzindo uma chama brilhante. Mas devido ao fato do propileno ter um alto nível de carbono, produzia também muita fumaça, o que prejudicava o meio ambiente.
No ano 2000, os criadores da tocha das Olimpíadas de Sydney apresentaram uma mais leve, mais barata e com um design não-prejudicial ao meio ambiente. Para o combustível, misturaram 35% de propano (gás usado em fornos caseiros e churrasqueiras) e 65% de butano (combustível de isqueiro), que produz uma forte chama sem fazer muita fumaça. Como a mistura pode ser armazenada sob leve pressão, ela pode ser mantida num recipiente leve. E entra em combustão em pressão atmosférica normal.
O combustível líquido é armazenado em um recipiente de alumínio na parte superior da tocha. Vai para a parte superior por intermédio de um cano. Antes de sair do cano, este combustível é conduzido por intermédio de um pequeno orifício. Há uma queda de pressão e o líquido vira gás para combustão. A tocha movimenta o combustível líquido num nível constante e a chama acaba por queimar com a mesma intensidade. Ela pode ficar acesa por volta de 15 minutos.

Jovem carregando a tocha olímpica de Turim em 2006


Os engenheiros da construção das tochas de 1996 e 2000 incluíram um sistema de combustão que utilizava uma chama dupla, ficando a chama acesa mesmo com ventos irregulares. A chama externa queima lentamente e a uma temperatura menor que a interna. Ela é grande e tem um tom alaranjado claro e pode ser vista nitidamente, entretanto é instável com ventos. A chama interna é mais quente, produzindo uma chama numa tonalidade azulada, pequena mas muito estável porque sua localização interior é protegida contra o vento. Age como uma luz piloto, capaz de reacender a chama externa caso acabe.
Para a tocha de 2000 a jornada foi submersa atravessando a Grande Barreira de Corais, uma chama especialmente projetada foi embutida dentro da tocha para que se mantivesse queimando tanto na água quanto em terra.